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sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Vozes pelo SIM: Andrea Peniche

A legislação que temos está desfazada da realidade: penaliza o que asociedade já despenalizou.
Todas e todos nós conhecemos alguém que já interrompeu uma gravidez; todas e todos nós conhecemos alguém que ajudou umamulher a procurar quem lhe interrompesse a gravidez; todas e todos nós conhecemos alguém que acompanhou uma mulher quando esta foi interromper a gravidez. Mas nenhuma nem nenhum de nós foi denunciá-la à polícia, apesar de ser isso que a lei que temos nos convida a fazer. E não o fazemos por acreditamos profundamente que a decisão de interromper a gravidez foi uma decisão difícil e por isso ponderada e responsável, uma decisão que nos cabe respeitar. Neste sentido, todos e todas nós violamos a lei. E as leis, num Estado de Direito, não existem para serem violadas. Quando uma lei é injusta, a resposta de uma sociedade de democracia avançada, é a mudança da lei, ao invés de fazer de conta que a lei não existe, trangredindo-a sempre que necessário.
Votar Sim é a resposta da democracia e do humanismo.
Votar Sim significa mudar a lei, significa a recusa de que as mulheres possam ser julgadas e condenadas; significa acabar com a clandestinidade e integrar as mulheres no Serviço Nacional de Saúde, que as protege em caso de aborto e as integra no planeamento familiar e contracepção; significa respeitar as convicções de cada pessoa: as que discordam do aborto não são obrigadas a abortar e as que precisam de o fazer podem fazê-lo em condições de dignidade e de saúde.
E é tão só isto que está em questão. Eu não quero uma lei que me convide à delação. Eu não quero a hipocrisiacomo princípio estrutural da sociedade em que vivo.
Por isso Voto Sim e faço-o com convicção.
Andrea Peniche